Cartola: Canções escolhidas – Vestibular Unicamp
A Comvest indica a leitura de 10 canções escolhidas do compositor Cartola como leitura indicada para o vestibular Unicamp 2024, quais sejam: “Alvorada”, “As rosas não falam”, “Cordas de aço”, “Disfarça e chora”, “O inverno do meu tempo”, “O mundo é um moinho”, “Que é feito de você?”, “Sala de recepção”, “Silêncio de um cipreste”, “Sim”.
10 Canções escolhidas
Alvorada
Alvorada lá no morro
Que beleza
Ninguém chora
Não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo
É tão lindo
E a natureza sorrindo
Tingindo, tingindo
A alvorada
Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E o que me resta é bem pouco
Ou quase nada, do que ir assim, vagando
Numa estrada perdida
Composição: Carlos Cachaça / Cartola / Hermínio De Carvalho.
—
As Rosas Não Falam
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão
Enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem, sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas
Mas, que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente, as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ah
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim
Composição: Cartola.
—
Cordas de Aço
Ai, essas cordas de aço
Este minúsculo braço
Do violão que os dedos meus acariciam
Ah, este bojo perfeito
Que trago junto ao meu peito
Só você violão
Compreende porque perdi toda alegria
E no entanto meu pinho
Pode crer, eu adivinho
Aquela mulher
Até hoje está nos esperando
Solte o teu som da madeira
Eu você e a companheira
Na madrugada iremos pra casa
Cantando
Composição: Cartola.
—
Disfarça e chora
Chora, disfarça e chora
Aproveita a voz do lamento
Que já vem a aurora
A pessoa que tanto querias
Antes mesmo de raiar o dia
Deixou o ensaio por outra
Oh! Triste senhora
Disfarça e chora
Todo o pranto tem hora
E eu vejo seu pranto cair
No momento mais certo
Olhar, gostar só de longe
Não faz ninguém chegar perto
E o seu pranto, oh! Triste senhora
Vai molhar o deserto
Chora, disfarça e chora
Aproveita a voz do lamento
Que já vem a aurora
A pessoa que tanto querias
Antes mesmo de raiar o dia
Deixou a escola por outra
Oh! Triste senhora
Disfarça e chora
Todo o pranto tem hora
E eu vejo seu pranto cair
No momento mais certo
Olhar, gostar só de longe
Não faz ninguém chegar perto
E o seu pranto, oh! Triste senhora
Vai molhar o deserto
Vai molhar o deserto
Vai molhar o deserto
Composição: Cartola / Dalmo Castello.
—
O inverno do meu tempo
Surge a alvorada
Folhas a voar
E o inverno do meu tempo começa
A brotar, a minar
E os sonhos do passado
No passado estão presentes
E o amor que não envelhece jamais
Eu tenho paz
E ela tem paz
Nossas vidas
Muito sofridas
Caminhos tortuosos
Entre flores e espinhos demais
Já não sinto saudade
Saudades de nada que vi
No inverno do tempo da vida
Oh! Deus
Eu me sinto feliz
Surge a alvorada
Folhas a voar
Composição: Cartola / Roberto Nascimento.
—
O mundo é um moinho
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares, estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares, estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
Composição: Cartola.
—
O Que é Feito De Você
O que é feito de você
Ó minha mocidade
Ó minha força,
A minha vivacidade?
O que é feito dos meus versos
E do meu violão?
Troquei-os sem sentir
Por um simples bastão
E hoje quando eu passo
A gurizada pasma
Horrorizada como quem
Vê um fantasma
E um esqueleto humano assim vai
Cambaleando quase cai, não cai
Pés inchados, passos em falso
O olhar embaçado
Nenhum amigo ao meu lado
Não há por mim compaixão
A tudo vou assistindo
A ingratidão resistindo
Só sinto falta dos meus versos
Da mocidade e do meu violão.
Composição: Cartola.
—
Sala de recepção
Habitada por gente simples e tão pobre
Que só tem o Sol que a todos cobre
Como podes, mangueira, cantar?
Pois então saiba que não desejamos mais nada
A noite, a Lua prateada
Silenciosa, ouve as nossas canções
Tem lá no alto um cruzeiro
Onde fazemos nossas orações
E temos orgulho de ser os primeiros campeões
Eu digo e afirmo que a felicidade aqui mora
E as outras escolas até choram
Invejando a tua posição
Minha mangueira és a sala de recepção
Aqui se abraça inimigo
Como se fosse irmão
Composição: Cartola.
—
Silêncio de um cipreste
Todo mundo tem o direito
De viver cantando
O meu único defeito
É viver pensando
Em que não realizei
E é difícil realizar
Se eu pudesse dar um jeito
Mudaria o meu pensar
O pensamento é uma folha desprendida
Do galho de nossas vidas
Que o vento leva e conduz
É uma luz vacilante e cega
É o silêncio do cipreste
Escoltado pela cruz
Composição: Cartola / Carlos Cachaça.
—
Sim
Sim,
Deve haver o perdão
Para mim
Senão nem sei qual será
O meu fim
Para ter uma companheira
Até promessas fiz
Consegui um grande amor
Mas eu não fui feliz
E com raiva para os céus
Os braços levantei
Blasfemei
Hoje todos são contra mim
Todos erram neste mundo
Não há exceção
Quando voltam a realidade
Conseguem perdão
Porque é que eu Senhor
Que errei pela vez primeira
Passo tantos dissabores
E luto contra a humanidade inteira
Composição: Cartola / Oswaldo Martins.
Veja também Leitura indicada para o vestibular da Unicamp aqui.
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